Quatro argelinos são acusados de conversão ao cristianismo, são também acusados de abertura para lugar de culto ilegal e hospedagem a um pastor evangélico francês. Eles podem ficar presos durante um ano.
O veredicto, que será lido a 12 de Dezembro, reflete o endurecimento da legislação sobre cultos não muçulmanos, comunica a Rádio Vaticano.
O quadro legal aprovado em 2006 tenta evitar medidas extremas contra minorias religiosas, mas há relatos
constantes de perseguições, especificamente contra pregadores e padres, e em Dezembro de 2009 uma igreja foi incendiada.
Afegãos convertidos devem enfrentar pena de morte por renunciar ao islã
Dois afegãos convertidos ao cristianismo devem enfrentar a pena de morte por renunciar ao islamismo, segundo a legislação local, num caso que evidencia as contradições de um país que é signatário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Musa Sayed e Ahmad Shah foram detidos em Cabul, onde aguardam julgamento, anunciou este domingo Din Mohammad Quraishi, o promotor encarregado do distrito ocidental de Cabul.
O caso foi, no entanto, encaminhado para o escritório da Procuradoria Geral da República, colocando em suspenso um processo seguido de perto por alguns governos ocidentais que não querem ver o Afeganistão, que financiam com milhares de milhões de dólares desde 2001, ignorar a liberdade de culto.
Os dois homens foram presos no final de maio, poucos dias após a transmissão de uma emissora de televisão local, a Noorin TV, de um vídeo aparentemente mostrando o baptismo de afegãos. Centenas de afegãos manifestaram-se em várias cidades contra essas conversões, denunciando a interferência do Ocidente.
Membros do Parlamento manifestaram a sua ira, um deles até mesmo pediu a execução pública dos convertidos. Entretanto, o governo havia suspendido a atuação de duas ONG´s cristãs, a norueguesa Church Aid e a americana Church World Service. Musa Sayed e Ahmad Shah - ambos da minoria xiita hazara -, são acusados de terem-se convertido a outra religião, o que é considerado crime pela lei islâmica.
"Ambos podem ser condenados à morte ou à prisão perpétua", disse o procurador Quraishi. Sayed, pai de seis filhos, trabalhava no Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) desde 1995. "Fomos visita-lo várias vezes à prisão", disse um porta-voz do Cruz Vermelha em Cabul. Numa carta enviada da prisão, a qual a AFP teve acesso, Sayed acusa Ahmad Shah de ser um espião dos xiitas para poderem denunciar os cristãos às autoridades.
"Ahmad Shah afirmou ser muçulmano e terá sido acusado injustamente", disse o procurador Quraish, acrescentando que propuseram "a Musa Sayed voltar ao islamismo, mas ele recusou-se".
A Constituição afegã, aprovada depois da queda do regime taliban no final de 2001, tem por base a lei islâmica, que proíbe a renúncia do Islão, mas entretanto também menciona a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 2006, um caso semelhante atraiu forte condenação internacional. A Justiça afegã finalmente libertou Abdul Rahman, um afegão convertido ao cristianismo, que então se refugiou na Itália.
Pastor é morto por muçulmanos
A International Christian Concern (ICC) foi informada de que na manhã de 21 de setembro, três radicais muçulmanos agrediram e mataram o pastor Patras Sani em Sandha Chistana, no Paquistão
Sani era pastor da Church of God Ministries (Igreja do Ministério de Deus) e foi agredido no rosto com um pedaço de madeira enquanto andava de motocicleta. Mesmo depois de ter caído da motocicleta, continuou a ser agredido violentamente até ficar inconsciente. Os agressores danificaram e roubaram sua moto de 3.700 rúpias paquistanesas (43 dólares).
Moradores que passavam e viram o pastor caído levaram-no para o hospital local Shrife, mas ele não resistiu.
Em entrevista divulgada pela ICC após a morte do pastor Sani, ele dizia: "Mesmo que espancados por radicais e perseguidos por muçulmanos, não devemos parar de pregar a Palavra de Deus. Não tenho medo de perseguição e continuarei a pregar a Palavra de Deus. Muitos muçulmanos vêm às nossas reuniões, são curados e Deus tem libertado muitos corações".
O gerente regional do Sul da Ásia, Jonathan Racho, declara: "Estamos muito preocupados com os ataques contra os cristãos no Paquistão. Pedimos que os oficiais paquistaneses garantam os direitos de liberdade de culto das minorias cristãs no país".
O motivo do ataque é desconhecido.
Cristãos são os fiéis mais perseguidos entre as religiões, segundo relatório
Um relatório da Fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS) revela que o número de violações à liberdade religiosa tende a aumentar, e que a intolerância em relação aos cristãos está crescendo, até mesmo nos países ocidentais.
No relatório de 2010 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que analisa a situação em 194 países, a AIS considera particularmente preocupantes "as discriminações com base na religião, em especial na área de predomínio islâmico, e a hostilidade face à religião com motivações políticas".
O documento elenca cerca de 20 países onde ocorrem "graves restrições ou muitos episódios de intolerância social ou legal ligados à religião": Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Índia, Irã, Iraque, Maldivas, Mianmar, Paquistão, Somália e Sudão, entre outros.
O relatório indica que Igreja foi praticamente extinta na Coreia do Norte, enquanto nas ilhas Maldivas, a prática do Cristianismo é proibida. A intolerância religiosa continua a aumentar e os cristãos têm sido as principais vítimas, segundo dados oficiais.
Dados da agência missionária de notícias FIDES, da Congregação para a Evangelização dos Povos, revelam que 75% das perseguições registradas têm como alvo os cristãos.
As perseguições acontecem por várias razões: ódio religioso, como no Iraque ou no Paquistão; ou motivos políticos, como na China e na Coreia do Norte, por exemplo, onde a comunidade cristã já foi praticamente extinta.
"Na Coreia do Norte, podemos falar de um dos casos mais extremos de extermínio da comunidade cristã, segundo a agência AsiaNews, especializada nessa área do mundo."
Mais surpreendente é o caso das Maldivas: essa meta turística, muito procurada em virtude de suas praias paradisíacas, proíbe os cristãos de expressarem sua fé.
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