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sábado, 17 de dezembro de 2011

A edificação da igreja do Senhor

 
Construa, respeitando a autonomia congregacional
Deus comprou um povo para si. Aqueles redimidos compõem "a igreja" (no grego, ekklesia, literalmente "os chamados", tendo o sentido no Novo Testamento de uma "assembléia"), " o corpo de Cristo" (Efésios 4:4; 1:22-23). Todos esses foram batizados em um só corpo (1 Coríntios 12:13). Este é um uso universal da palavra "igreja", incluindo todos os salvos. A "assembléia" vista aqui é espiritual, tratando principalmente a relação de Deus com o povo salvo.

A palavra "igreja" (veja definição acima) é também empregada para se referir às "assembléias" locais ou "congregações" do povo de Deus (1 Coríntios 1:1-2; Romanos 16:16). Neste nível, os santos têm que combinar suas energias e recursos em esforços coletivos e reunirem-se (literalmente) para adorar a Deus e fortalecer um ao outro (1 Coríntios 16:1-2; 11:20; Hebreus 10:24-25). Deus não deu nenhuma tarefa coletiva como esta ao "corpo de Cristo" como um todo, à igreja no sentido universal.

É o ponto sustentado neste artigo que as igrejas locais que pertencem a Cristo têm que ser autônomas (isto é, independentes). Paulo e Silas, na volta de uma viagem evangelística, ajudaram na escolha de presbíteros (ou bispos, supervisores; compare Atos 20:17,28) em cada igreja (Atos 14:23). O trabalho de supervisão pelos presbíteros é limitado a cuidar do "rebanho de Deus que há entre vós" (1 Pedro 5:2). O Espírito Santo não expressa nenhum plano para a supervisão além da igreja local.

Note também que a coleta e uso dos recursos financeiros pelas igrejas nas Escrituras sugerem igrejas "autônomas" e "independentes". 1 Coríntios 16:1-3 indica que cada igreja tinha um "tesouro" independente. Até mesmo quando as igrejas enviaram ajuda para as necessidades dos santos em outros lugares, essas igrejas escolheram mensageiros para carregarem os fundos para os recebedores pretendidos (1 Coríntios 16:1-3; 2 Coríntios 8:19,23), assim mantendo sua intenção de controlar os fundos até que fossem utilizados para um propósito autorizado. Nenhum tesouro de "várias igrejas", sob a supervisão de uma "diretoria" ou uma "mesa de presbíteros" foi autorizado no Novo Testamento. Se tais situações tivessem existido, seria bem difícil afirmar que as igrejas de Deus deveriam ser "independentes" e "autônomas".

Há quem se sinta frustrado por tal arranjo. A sabedoria humana pode parecer mostrar que muito mais poderia ser conseguido se não fôssemos tão "limitados" no exercício de nosso engenho. A mente do homem tem meios e modos próprios (relembre Jeremias 10:23; Isaías 55:8-9; Provérbios 14:12). Qualquer trabalho que uma igreja possa buscar que não esteja autorizado por Deus nem é digno de ser realizado!

Se a "autonomia congregacional" é um princípio bíblico válido, e creio que é, então as igrejas não têm nenhum direito para estabelecer, patrocinar, ou supervisionar outras igrejas, mesmo com nobres propósitos. Uma nova igreja pode parecer fraca e inadequada para sua tarefa, mas precisamos entender que a tarefa dessa igreja é realizar a vontade de Deus de acordo com sua capacidade, e as outras apenas atrapalham quando violam o princípio da independência mostrado na Nova Aliança.

Mas alguns podem afirmar que os presbíteros (ou outros "dirigentes") de uma grande, bem-sucedida igreja podem ser capazes de fazer uma pequena igreja crescer se eles pudessem apenas ter a condução dos trabalhos da igreja pequena. O mundo dos negócios dará exemplos de companhias em dificuldade que prosperaram depois que os executivos de uma corporação bem-sucedida tomaram as rédeas. O que podemos deixar de ver nesta comparação é que a companhia recém-revitalizada teve que renunciar a sua autonomia e independência, para que essa meta fosse atingida. As sementes da estrutura das denominações podem ser encontradas nas igrejas (ou seus "dirigentes") supervisionando outras igrejas.

É, também, possível violar o princípio de "autonomia congregacional" com modos menos óbvios. Uma igreja pode exercer influência indevida sobre outra igreja ao "colocá-la na obrigação", financeiramente ou de outro modo, e então esperando que os desejos da igreja "doadora" sejam cumpridos. A coerção de tipo político, do mesmo modo, não se ajusta bem com o plano de Deus e não se deverá submeter a ela.

Por outro lado, a fé em Deus exige que percebamos que podemos funcionar como Deus autorizou. A igreja (universal) pode fazer sua obra, através dos santos em qualquer parte que caminham pela fé (Efésios 4:16). As igrejas locais podem honrar o princípio da "autonomia congregacional", evitando os constrangimentos dos indivíduos ou instituições carnais. Podemos fazer isso e ainda assim "construir".

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